quarta-feira, 2 de maio de 2018

ADMIRÁVEL CRIADOR

Quem gosta de moda e estiver em Paris não pode deixar de ver a exposição dedicada ao estilista belga MARTIN MARGIELA. Em cartaz no Palais Galliera até 15 de julho de 2018, a mostra retrospectiva traça a carreira _da primavera-verão de 1989 até a primavera-verão de 2009_ de um designer que não apenas questionou a estrutura das peças de vestuário, mas também desafiou o sistema da moda.
Reunindo mais de 130 criações, vídeos de desfiles, arquivos da maison e instalações especiais, a exposição Margiela/Galliera [que tem curadoria de Alexandre Samson, responsável pelas coleções contemporâneas do museu parisiense] nos oferece um olhar sem precedentes para um dos designers de moda contemporâneos mais influentes. Entre outras coisas, ele questionou a obsolescência das roupas com sua coleção “artesanal”, criada a partir de peças vintage e materiais reciclados transformados em peças únicas costuradas à mão.
Nascido em 1957, Margiela se formou na Academia Real de Belas Artes da Antuérpia, em 1980. Depois de um período como assistente de Jean Paul Gaultier, entre 1984 e 1987, tornou-se o único belga de sua geração a fundar sua própria maison em Paris. Sua abordagem conceitual desafiou a estética vigente. Sua maneira de construir uma peça envolvia desconstruí-la, expondo o interior, o forro e as partes inacabadas, revelando os diferentes estágios de fabricação: pregas, ombreiras, estampas etc. Nos acessórios, estabeleceu uma nova forma de sapato “cloven” [foto abaixo], inspirado nos tradicionais tabis japoneses, com o dedo grande dos pés separado dos outros.
Mesmo com toda a fama, Martin Margiela continua a ser um criador sem rosto, que nunca dá entrevista. E suas roupas vêm apenas com uma etiqueta branca simples, desprovida de qualquer marca. Confira algumas de suas invenções nos cliques do fotógrafo Yuri Graneiro, realizados na avant-première da mostra na capital francesa.

Fotos Yuri Graneiro/Divulgação

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